No imaginário popular um humano deixado no vácuo, sem proteção, iria morrer instantaneamente; ou com uma explosão do corpo com pedaços voando para todos os lados, ou com o sangue entrando em ebulição. Tudo isso rechado com efeitos bem ‘Hollyudianos’.
Tirando um pouco o peso da culpa dos filmes, no 2001: Uma odisséia no espaço uma cena mostra um astronauta sobrevivendo a uma curta exposição em ambiente com vácuo. O filme está correto e é realmente possível sobreviver por curtos segundos nestas condições extremas.
A NASA realizou estudos em cobaias (nada feito com humanos) e alguns dados estão disponíveis no livro Bioastronautics Data Book.
Você sobreviveria?
Algum grau de consciência seria mantido por 9 a 11 segundos. Em uma rápida sequência uma paralisia seria seguida por convulsão generalizada e novamente paralisia. Durante este tempo, vapor d’água seria rapidamente formado em tecidos moles e menos rapidamente em sangue venoso. A evolução deste vapor causaria um inchamento do corpo talvez a duas vezes o tamanho normal a menos que seja restringido por alguma roupa de pressão. A velocidade do coração pode inicialmente aumentar, mas iria cair rapidamente após este curto período. A pressão arterial também cairia por um período de 30 a 60 segundos, enquanto que a pressão do sangue venoso aumentaria devido a formação de vapor. A pressão venosa alcançaria ou excederia a pressão arterial dentro do intervalo de um minuto. Neste ponto a circulação sanguínea cessaria. Após um fluxo forte de gás do aparelho respiratório durante a descompressão, gás e vapor iriam continuamente fluir para fora do corpo por meio das vias aéreas. Esta contínua evaporação resfriaria a boca e nariz até temperaturas próximas do congelamento; o restante do corpo também seria resfriado, mas mais lentamente.
Cook e Bancroft (1966) reportaram ocasional morte de animais devido a fibrilação do coração durante o primeiro minuto de exposição em condições próximas a do vácuo. Contudo normalmente a sobrevivência é esperada se a recompressão ocorrer dentro de aproximadamente 90 segundos. Uma vez o coração parado, a morte era inevitável, mesmo com tentativas de ressucitação.
No caso de uma recompressão a respiração pode voltar naturalmente e problemas neurológicos, incluindo cegueira e outros efeitos na visão são frequentes, mas normalmente desaparecem com certa rapidez.
O sangue entraria em ebulição?
Não. Mesmo com a queda de pressão, a temperatura do corpo não seria suficiente para ebulir o sangue nestas condições. Isto ocorre pois ainda existe alguma resistência dos vasos sanguíneos, que impedem a queda brusca de pressão.
Adaptado de
http://www.sff.net/people/Geoffrey.Landis/vacuum.html (acesse para mais informações)