O Carlos Cardoso escreveu um belo texto sobre um assunto que eu já pensava em abordar aqui no blog.
Cada vez que alguma pesquisa científica cai no domínio público, sejam células-tronco, clonagem, resequenciamento de DNA, fusão nuclear ou o LHC, é sempre a mesma histeria. Parecemos os macacos de 2001 diante do monolito. Os que fogem assustados, claro. Tudo vai destruir o mundo, tudo é ruim, tudo é perigoso, cientistas são gênios arrogantes e querem nos exterminar. Sério, parece que o mundo da Idade Média era maravilhoso, dado o medo de tecnologia que a humanidade apresenta hoje.
http://meiobit.com/17268/o-lhc-e-o-fim-do-mundo-da-ciencia-no-brasil/
A análise é perfeita.
O analfabetismo científico pode ser até engraçado para alguns, mas esta palhaçada de histerismo troglodita tem como consequencia o aumento assombroso da dificuldade de ensinar ciência para os jovens.
Os histéricos, altamente treinados em inúmeros capítulos de novelas e em incontáveis horas de Domingão do Faustão, acabam por criar um vozerio de estupidez, que abafa a verdadeira importância dos avanços científicos.
Por favor, ninguém avise os trogloditas sobre a construção do ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor)
Realmente, quando eu citei o ITER para alguns conhecidos e professores, quase fui apedrejado como herege. As massas movidas à Faustão e Gugu não estão preparadas para aceitar certos fatos e adquirir um parco conhecimento acerca desses assuntos.
Digamos que em sentido figurado eu estou de pé em frente ao monitor e aplaudindo! Clap clap clap!
Realmente as massas movidas a faustão, gugú e novelas não são aptas a digerir esse tipo de informação e nem assimilar 1% do que é dito.
É sempre engraçado ouvir os sábios argumentarem sobre os ignorantes.
Lembra-me a parábola da caverna.
Deve ser sublime poder argumentar, durante um belo jantar regado a dinheiro público, o quão ignorante é o contribuinte macaco e troglodita. Parece engraçado, também, a utilização de desculpas espúrias para cansar a paciência do indivíduo mediano, envergonhando-o de sua ignorância, que na verdade baseia-se na própria dificuldade que a comunidade científica tem para se expressar, seja proposital ou incompetentemente.
A utilização de siglas (LHC, ITER, por exemplo) já é hermético o bastante para desestimular comparações, portanto diria que o mínimo que um usuário do dinheiro público deveria fazer é o esclarecimento da finalidade da pesquisa, economizando o tempo com textos que firmam a sua superioridade intelectual e sua humanidade inferior.
Ou peçam para o Hawkins limpar sua própria sujeira.
Uma vez o medo e um certo Oppenheimer…