Carvão ativado é relativamente eficaz na absorção de substâncias tóxicas. A estricnina é uma substância extremamente venenosa. E se alguém resolvesse ingerir uma porção de carvão ativado misturado com estricnina? O que aconteceria?
Nos idos de 1830 existiam dúvidas sobre a real utilidade do carvão ativado neste sentido. E em 1831 o químico Pierre-Fleurus Touery tentou colocar um fim na questão da forma mais dramática possível! Diz a lenda que durante um encontro da Academia Francesa de Medicina ele ingeriu uma mistura de uma dose de estricnina 10 vezes mais forte do que a suficiente para matar um humano, misturado com uma porção de 15 gramas de carvão. Após alguns minutos de tensão a plateia perceberia que Pierre tinha razão em defender que o carvão ativado funciona muito bem na absorção de substâncias perigosas.
Deve-se ressaltar que, como todo tipo de história desse estilo, não existem evidências concretas de que essa demonstração realmente ocorreu da forma atualmente contada. Apesar de vários artigos científicos citarem como verdadeira, o autor do livro ‘Bitter Nemesis: The Intimate History of Strychnine‘ [Nêmesis amarga: A História Íntima da Estricnina] alerta que a história de Pierre tem algumas inconsistências, aparecendo em diferentes versões e datas para o ocorrido.