Soube por Mike Shanahan, editor do portal SciDev.Net (http://www.scidev.net), de um artigo publicado pelo jornal britânico “The Guardian” que vale por um curso inteiro de jornalismo científico: “Não me emburreça” (Don’t dumb me down).
O autor é Ben Goldacre e o texto foi publicado no espaço de sua coluna, “Má Ciência” (http://www.badscience.net/?p=172).
Goldacre tem o hábito salutar de desancar jornalistas de ciência britânicos na sua coluna. É uma espécie de ombudsman autodeclarado do jornalismo científico. O normal é ele fazer picadinho das pesquisas que viram manchetes, mostrando a inconsistência ou irrelevância dos estudos.
No último dia 8, ele resolveu fazer um balanço dessa compulsão demolidora e extrair daí uma tipologia das razões que levam repórteres e editores a cometerem tantas barbaridades.
Queria responder à pergunta: “Por que a ciência nos meios de comunicação é com tanta freqüência sem sentido, simplista, enfadonha ou pura e simplesmente errada?”
A resposta é audaciosa: “Minha hipótese é que, na sua escolha das reportagens e na maneira como as cobrem, os meios de comunicação criam uma paródia da ciência para uso próprio. Aí eles atacam essa paródia como se estivessem criticando a ciência”.